Postagem gira em torno da fascinante cidade de Sorocaba, em São Paulo.
Foi lá que nasceu o compositor Roque José de Almeida (1920-1984). Pertenceu a terceira geração de compositores sertanejos e suas musicas são maestria pura e inspiração garantida.
Foi lá que nasceu o compositor Roque José de Almeida (1920-1984). Pertenceu a terceira geração de compositores sertanejos e suas musicas são maestria pura e inspiração garantida.
Por lembranças, principalmente de moradores de Sorocaba e região, sabe-se que era figura humana do mais alto grau. Humilde, sempre começava uma conversa mais formal com 'desde já peço perdão se acaso eu falar errado'!
Sorocaba também foi a primeira cidade grande que Tonico e Tinoco se mudaram com os pais, em 1938, vindos de São Manuel, noroeste de Botucatu, região central do Estado.
Depois de servir de entreposto bandeirante de escravização indígena, Sorocaba (que em tupi tem o curioso significado lugar rasgado) passou a local de compra, venda e troca de muares e rezes.
Foi no início do século XVIII que se formou por lá uma famosa feira tropeira.
No século seguinte a cidade se afirma como polo algodoeiro e recebe a fundação da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, uma das primeiras siderúrgicas da América Latina.
Em 1870 surge o projeto da Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurado cinco anos depois.
O tronco, posteriormente expandido, foi responsável pela integração de uma duzia de cidades do oeste paulista no escoamento principalmente da produção cafeeira rumo à capital e ao porto de Santos.
Para nós não há coincidência alguma que a maior dupla sertaneja de todos os tempos, campões absolutos em venda de discos na historia da fonografia nacional, tenha vivido, ainda que por poucos anos, em Sorocaba - talvez a pioneira das cidades caipiras!
Foi nesse cenário, de uma cidade cuja história e tradição se confundem com as do próprio país, que duas culturas que apreciamos muito se consolidaram.
A primeira é o substrato perfeito de um povo-cultura, sobre a qual esse blog se debruça.
A outra, paixão recente, é a cutelaria - arte da forja e têmpera em aço de lâminas, facas e facões.
A tradição cuteleira de Sorocaba é velhíssima.
Mas foi por volta de 1890 que se mudou para a região, contratado pela fundição Ipanema, o alemão Fernand Schnorr. Foi delegado em Araçoiaba da Serra (onde Sorocaba nasceu, segundo a historiografia, em 1599!) e, em 1910, fundou a Fábrica de Facões Sorocabanos Soares e Cia.
O modelo de faca que leva o nome da cidade que a desenhou (muito antes da Fábrica, claro) é uma das mais originais ferramentas brasileiras.
A requintada faca gaúcha, com cabo e ricaço em prata trabalhada, é bem mais uma objeto de arte do que a sorocabana. Esta, com seu cabo anatômico, praticamente uma extensão do braço do tropeiro, foi e é pau pra toda obra, de picar fumo a sangrar porco, da finca à defesa pessoal.
Fernand Schnorr faleceu no começo dos anos 40. Seus filhos levaram a empresa até fins dos anos 60, quando encerraram suas atividades.
A Fábrica foi como uma coroação, empresariada, da antiga tradição sorocabana de lâminas e facas.
Se tem algo em matéria, paralelo cultural do universo caipira, que por sua vez, em essência, é imaterial... ei-lo!
E a viola? alguém perguntará...
A viola é a própria alma sertaneja - nem conta!
A faca Sorocaba é pura moda de viola paulista, forjada em aço carbono frequentemente reciclado de mola de trem!
Na foto abaixo nosso exemplar dela. Feita provavelmente nos últimos anos da Fábrica.
O cabo em chifre de boi mede 11 centímetros, a lamina, 29 e, no enterço, tem 33 milímetros de largura e cinco de espessura.
Pesa aproximadamente 450 gramas.
A gravadora Sanhaço foi transa de um certo Sebastião R. da Silva.
Teve mais de uma fase, a ultima delas já nos anos 80.
Outras de suas produções aqui em breve.
Não deixem de ler o delicioso prefácio do compacto.
Sorocaba também foi a primeira cidade grande que Tonico e Tinoco se mudaram com os pais, em 1938, vindos de São Manuel, noroeste de Botucatu, região central do Estado.
Depois de servir de entreposto bandeirante de escravização indígena, Sorocaba (que em tupi tem o curioso significado lugar rasgado) passou a local de compra, venda e troca de muares e rezes.
Foi no início do século XVIII que se formou por lá uma famosa feira tropeira.
No século seguinte a cidade se afirma como polo algodoeiro e recebe a fundação da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, uma das primeiras siderúrgicas da América Latina.
Em 1870 surge o projeto da Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurado cinco anos depois.
O tronco, posteriormente expandido, foi responsável pela integração de uma duzia de cidades do oeste paulista no escoamento principalmente da produção cafeeira rumo à capital e ao porto de Santos.
Para nós não há coincidência alguma que a maior dupla sertaneja de todos os tempos, campões absolutos em venda de discos na historia da fonografia nacional, tenha vivido, ainda que por poucos anos, em Sorocaba - talvez a pioneira das cidades caipiras!
Foi nesse cenário, de uma cidade cuja história e tradição se confundem com as do próprio país, que duas culturas que apreciamos muito se consolidaram.
A primeira é o substrato perfeito de um povo-cultura, sobre a qual esse blog se debruça.
A outra, paixão recente, é a cutelaria - arte da forja e têmpera em aço de lâminas, facas e facões.
A tradição cuteleira de Sorocaba é velhíssima.
Mas foi por volta de 1890 que se mudou para a região, contratado pela fundição Ipanema, o alemão Fernand Schnorr. Foi delegado em Araçoiaba da Serra (onde Sorocaba nasceu, segundo a historiografia, em 1599!) e, em 1910, fundou a Fábrica de Facões Sorocabanos Soares e Cia.
O modelo de faca que leva o nome da cidade que a desenhou (muito antes da Fábrica, claro) é uma das mais originais ferramentas brasileiras.
A requintada faca gaúcha, com cabo e ricaço em prata trabalhada, é bem mais uma objeto de arte do que a sorocabana. Esta, com seu cabo anatômico, praticamente uma extensão do braço do tropeiro, foi e é pau pra toda obra, de picar fumo a sangrar porco, da finca à defesa pessoal.
Fernand Schnorr faleceu no começo dos anos 40. Seus filhos levaram a empresa até fins dos anos 60, quando encerraram suas atividades.
A Fábrica foi como uma coroação, empresariada, da antiga tradição sorocabana de lâminas e facas.
Se tem algo em matéria, paralelo cultural do universo caipira, que por sua vez, em essência, é imaterial... ei-lo!
E a viola? alguém perguntará...
A viola é a própria alma sertaneja - nem conta!
A faca Sorocaba é pura moda de viola paulista, forjada em aço carbono frequentemente reciclado de mola de trem!
Na foto abaixo nosso exemplar dela. Feita provavelmente nos últimos anos da Fábrica.
O cabo em chifre de boi mede 11 centímetros, a lamina, 29 e, no enterço, tem 33 milímetros de largura e cinco de espessura.
Pesa aproximadamente 450 gramas.
A gravadora Sanhaço foi transa de um certo Sebastião R. da Silva.
Teve mais de uma fase, a ultima delas já nos anos 80.
Outras de suas produções aqui em breve.
Não deixem de ler o delicioso prefácio do compacto.
Sabia e Biaci, eu cheguei ver varias vezes cantarem na Radio Vanguarda de Sorocaba, no programa do Nho Lau. Agora o Roque Jose de Almeida era primo irmão de minha Mãe. Valeu eles foram muito bem lembrados por Vitrola minha Vitrola. Valeu! Um abraço.
ResponderExcluirobrigado Daniel! grande abraçõ!
ExcluirBoa tarde! Por acaso você chegou a conheço-Los?
Excluirquem dera!
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