JOAZEIRO, PIRILAMPO E REI DAS FLÔRES - CHOROU NO CINEMA - SATÉLITE PCD-0925


Os assuntos caipiras geralmente são pautados por 'ritmos'.
Causos de caçadas, por exemplo, são cantados em modas de viola, pescarias, em cururus. Grandezas de estados, belezas do Araguaia, viagens e amores de fronteira, são matéria dos rasqueados e campeiras. Se for pra tirar barato, ou para-frente-para-o-alto; pagode. Quando o assunto é saudade de um carro de boi, tome toada, já quando é pra doer de verdade, aí não tem jeito: cateretê!

Obvio que essas anotações não são estanques, a poesia não se doma! Faço apenas tentativas toscas de transcrever meu olhar sobre essa manifestação cultural.

Corridos falam muito sobre montarias, cavalinhos e mulas que são verdadeiros xodós e alegria de seus donos. Alguns até imitam os cascos de um trote.
Este aqui é bem divertido porque narra uma decepção amorosa num cinema.
É nossa unica gravação em que a sétima arte aparece, o que talvez indique a falta de costume do caipira numa sessão.
Assim é possível imaginar toda a cena; capiau numa sala escura, curioso sobre a fita, quando de repente...
Ouve lá!

Meiga a forma em que transforma-se dor em musica boa e com bela pitada de humor!

Esse trio gravou um outro compacto, bem menos raro, na California de Mário Vieira.

Nota para sanfona afiadíssima do saudoso Orlando 'Pirigoso' Guilherme (1933-1984).






PAPO PRO Á